sábado, 15 de junho de 2013

TEXTO: “AVESTRUZ” de Mário Prata



Público alvo: 8º e 9º anos.
Tempo: 06 aulas.
Recapitulação dos elementos da narrativa, em especial, o foco narrativo; características da crônica; leitura compartilhada; leitura coletiva e produção escrita.
Competências e habilidades: identificar os elementos da narrativa, conhecer o gênero “crônica narrativa”, interpretação de um texto pertencente ao gênero crônica.
Estratégias: estudo do gênero e dos elementos da narrativa; leitura e interpretação do texto “Avestruz”; discussão com os alunos fazenda as devidas intervenções.
Recursos: Texto impresso, datashow, sala de informática.
Antes da leitura
Levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos
Nós vamos trabalhar com uma crônica.
A respeito do gênero:
1 - O que é uma crônica?
2 - Já leram uma crônica?
3 – A crônica é um texto longo ou curto?
4 – Quais assuntos a crônica apresenta?
Crônica é uma narrativa histórica que expõe os fatos seguindo uma ordem cronológica. A palavra crônica deriva do grego "chronos" que significa "tempo". Nos jornais e revistas, a crônica é uma narração curta escrita pelo mesmo autor e publicada em uma seção habitual do periódico, na qual são relatados fatos do cotidiano e outros assuntos relacionados à arte, ao esporte, à ciência, etc.
Os cronistas procuram descrever os eventos relatados na crônica de acordo com a sua própria visão crítica dos fatos, muitas vezes através de frases dirigidas ao leitor, como se estivesse estabelecendo um diálogo. Alguns tipos de crônicas são a jornalística, humorística, histórica, descritiva, narrativa, dissertativa, poética e lírica.
A crônica que nós vamos trabalhar é de Mário Prata.
A respeito do autor:
1 - Já ouviram falar de Mário Prata?
2 – Já leram algum texto escrito por ele?
3 – Vocês acham que ele já morreu?
A respeito do título:
“Avestruz”, um texto com esse título vai falar sobre o quê?
1 - Vocês conhecem a avestruz?
2 - Já viram uma?
3 – Como são?
4 - Onde vivem?
5 – O que comem?
·         O que significa a expressão: “ter um estômago de avestruz?”

Durante a leitura
O profesor deve fazer a leitura compartilha do texto para o levantamento de hipóteses.
AVESTRUZ
MÁRIO PRATA

O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus dez anos (o que vocês acham que ele pediu?), uma avestruz. (Isso é comum?) Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. (É possível criar uma avestruz em um apartamento?) E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha (Por que a culpa era dele?). Sim porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu as avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto. (Se o filho morava em Higienópolis, como viu a ave em Floripa?)
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruzes. E se entregavam em domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. (Porque será que ele disse “se é que podemos chamar aquilo de ave”?) A avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar a avestruz, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que ser assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa uma avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase três metros. 2,7 para ser mais exato.
Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí assustando as demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que logo depois, Adão dando os nomes a tudo que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio Camelus Australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.
Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que elas vivem até os setenta anos e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na menopausa, (Vocês sabem o que é menopausa?) não tem, portanto, TPM (E TPM vocês sabem o que é?). Uma avestruz com TPM é perigosíssima!
(Quantas avestruzes podem nascer por ano?) Podem gerar de 10 a 30 crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve uma avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que elas comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
Parece que convenci o garoto. (Será? O que vocês acham? Por que o menino só muda de ideia a partir do conhecimento dos hábitos alimentares da ave? Você agiria da mesma forma?) Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu. (O que será que o narrador fez?) Pedi para a minha amiga levar o garoto num psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.
Depois da leitura
Por que será que o menino gosta e quer criar em casa animais tão distantes da realidade urbana?
Mostrar imagens aos alunos: do avestruz e de outros animais exóticos que algumas pessoas possuem.
Recuperar oralmente a crônica, respeitando a sequência dos fatos.Esse procedimento será realizado coletivamente e o professor irá registrar na lousa os fatos elencados pelos alunos.
  • Posicionar-se perante a situação: e se o menino persistisse na ideia de ter uma avestruz? Como seria? (Oralmente)
  • O que você acha das pessoas que possuem animais de estimação exóticos?
  •       Exibir o filme “Os pinguins do papai”, para as comparações finais, exaltando a diferença, de que o menino queria receber um presente inusitado, mas acabou desistindo e pensando em outro; já no filme, o protagonista  recebeu um presente que não era esperado, acabando adaptando o próprio apartamento para os pinguins.


  • Levando em conta o texto “Avestruz” de Mário Prata e o filme “Os pinguins do papai” produzam em grupos de quatro alunos, uma narrativa com o título: “Um estranho na família”.
  • Socialização dos textos produzidos pelos grupos.
  • Pesquisas em duplas na SAI sobre os  temas:
1- biografia do autor;
2- outras crônicas; www.marioprataonline.com.br
  • Socialização dos trabalhos.

BIBLIIOGRAFIA

1.    Kleiman, Angela. Oficina de Leitura: teoria e prática. Campinas, SP: Pontes, 3ª edição, 1993.
3.    Projeto tecendo leituras da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo – 2005
4.    DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita – elementos para reflexão sobre uma experiência suíça (francófona). In: Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado das Letras, 2010.
5.    ROJO, R. H. R. (2002) A concepção de leitor e produtor de textos nos PCNs: “Ler é melhor do que estudar”. In M. T. A. Freitas & S. R. Costa (orgs) Leitura e Escrita na Formação de Professores, PP.31-52. SP: Musa/ UFJF/INEP-COMPED.
6.    Caderno do professor. Língua Portuguesa: ensino fundamental. 5ª. série. 1º. Bimestre/Eliane Aparecida Aguiar – São Paulo: SEE, 2008.

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