Aos seis anos tive
muita vontade de ir para a escola porque meus primos iam e, principalmente a
minha prima que era um pouco mais velha que eu e era a minha companheira das
brincadeiras ia também, e eu ficava sozinha sem ter com quem brincar. Daí
comecei a pedir para minha mãe colocar-me na escola também.
Meu avô aconselhou-a
que me mandasse para a escola que se eu acompanhasse a turma eu ficaria senão
ela me tiraria. Mas minha mãe ficou preocupada porque se eu tivesse que sair
seria uma verdadeira decepção, porém não tinha outra opção já que a minha
vontade de ir para a escola era tanta que eu já estava até tendo febre. Então
ela decidiu-se por me colocar na escola e foi conversar com a professora Dona
Dalila, uma senhora alta, com roupas bonitas e o cabelo muito bem penteado, com
cara de brava, mas que descobri depois ser uma pessoa muito amável e
compreensiva.
Como as aulas já
haviam começado há algumas semanas ela apresentou-me a turma, mandou-me sentar
e entregou para minha mãe a lista de materiais. No outro dia, fui apresentada
ao meu primeiro livro a “Cartilha Caminho Suave”. Nossa! Que alegria! Peguei
aquele livro com tanto cuidado para não estragá-lo. E a partir daí comecei a
aprender as primeiras letras.
Uma experiência que me
marcou muito foi um concurso cultural que teve na antiga “Rádio Clube”. Neste
concurso era preciso escrever a frase “Eu te amo meu Brasil” e eu consegui
escrever a minha primeira frase para alguém que não fosse do meu círculo de
conhecidos ler e para minha surpresa eu ganhei o concurso. O prêmio? Um estojo
de madeira grande para eu colocar meus lápis e borracha e apontador. Que
beleza!
Para surpresa geral eu
não só acompanhei a turma como logo me destaquei como a melhor aluna da sala.
Naquele tempo não havia provas durante o ano. No final do ano vinha o inspetor
geral como era chamado o responsável pelas escolas dos distritos para
aplicar a prova final. Minha nota foi a maior da sala. Tirei 100 porque naquela
época as notas eram de dez a cem.
E daí em diante fui
estudando e lendo tudo aquilo que me era dado e melhorava a cada dia. Quando
cheguei à quinta série vim estudar em Tupã e minha professora de Português
pediu para que lêssemos “A Ilha Perdida” de Maria José Dupré. Li tão rápido que
ninguém acreditava que eu tinha lido realmente o livro, mas isso foi porque eu
adorei a história e a partir desse livro tomei gosto pela leitura e não parei
mais.
Quando entrei no
primeiro colegial apaixonei-me por Literatura porque o meu professor era o
Odinir Magnani e suas aulas eram apaixonantes e é por isso que hoje sou
professora de Português e continuo lendo de tudo. Queria ter mais tempo para
poder ler muito mais.
Maria Inês Regazzo dos Santos
Nenhum comentário:
Postar um comentário