terça-feira, 4 de junho de 2013

Experiência de leitura



Aos seis anos tive muita vontade de ir para a escola porque meus primos iam e, principalmente a minha prima que era um pouco mais velha que eu e era a minha companheira das brincadeiras ia também, e eu ficava sozinha sem ter com quem brincar. Daí comecei a pedir para minha mãe colocar-me na escola também.
Meu avô aconselhou-a que me mandasse para a escola que se eu acompanhasse a turma eu ficaria senão ela me tiraria. Mas minha mãe ficou preocupada porque se eu tivesse que sair seria uma verdadeira decepção, porém não tinha outra opção já que a minha vontade de ir para a escola era tanta que eu já estava até tendo febre. Então ela decidiu-se por me colocar na escola e foi conversar com a professora Dona Dalila, uma senhora alta, com roupas bonitas e o cabelo muito bem penteado, com cara de brava, mas que descobri depois ser uma pessoa muito amável e compreensiva.
Como as aulas já haviam começado há algumas semanas ela apresentou-me a turma, mandou-me sentar e entregou para minha mãe a lista de materiais. No outro dia, fui apresentada ao meu primeiro livro a “Cartilha Caminho Suave”. Nossa! Que alegria! Peguei aquele livro com tanto cuidado para não estragá-lo. E a partir daí comecei a aprender as primeiras letras.
Uma experiência que me marcou muito foi um concurso cultural que teve na antiga “Rádio Clube”. Neste concurso era preciso escrever a frase “Eu te amo meu Brasil” e eu consegui escrever a minha primeira frase para alguém que não fosse do meu círculo de conhecidos ler e para minha surpresa eu ganhei o concurso. O prêmio? Um estojo de madeira grande para eu colocar meus lápis e borracha e apontador. Que beleza!
Para surpresa geral eu não só acompanhei a turma como logo me destaquei como a melhor aluna da sala. Naquele tempo não havia provas durante o ano. No final do ano vinha o inspetor geral como era chamado o responsável pelas escolas dos distritos para  aplicar a prova final. Minha nota foi a maior da sala. Tirei 100 porque naquela época as notas eram de dez a cem.
E daí em diante fui estudando e lendo tudo aquilo que me era dado e melhorava a cada dia. Quando cheguei à quinta série vim estudar em Tupã e minha professora de Português pediu para que lêssemos “A Ilha Perdida” de Maria José Dupré. Li tão rápido que ninguém acreditava que eu tinha lido realmente o livro, mas isso foi porque eu adorei a história e a partir desse livro tomei gosto pela leitura e não parei mais.
Quando entrei no primeiro colegial apaixonei-me por Literatura porque o meu professor era o Odinir Magnani e suas aulas eram apaixonantes e é por isso que hoje sou professora de Português e continuo lendo de tudo. Queria ter mais tempo para poder ler muito mais.
Maria Inês Regazzo dos Santos

Nenhum comentário:

Postar um comentário